segunda-feira, 21 de abril de 2008

DO AMOR I

pálidas tardes. cataloga uma a uma, com a paciência caduca de quem nada mais consegue fazer. as que adoeceram em silêncio, chama-as solidão. às que entristeceram, destino. de um instante para outro, entre pontos perdidos em meio ao rigor do poente, sabe menos acerca do homem que é. veste roupas feitas para durar e que ficarão ali, mesmo depois da sua morte, a testemunhar quem fora, guardando de si o cheiro e um amontoado de memórias, sem que haja alguém para sentir saudades.

domingo, 13 de abril de 2008

DA ESPERANÇA I

esperança. você convive com sorrisos ao seu redor. pessoas que mal sabem onde repousar seus ossos, sorriem, carregando consigo inserções dum amor barato, doente e contido. medem o que chamam verdade pela moral que lhes escorre boca afora, pegajosa, límpida, avessa ao que escapa aos seus olhos grávidos de rancor. aglomeram-se em suas vidas mesquinhas, multidão desejosa de nada. medrosos, respiram somente o ar que cabe em suas narinas. sonham com a redenção. esperançam.

sábado, 12 de abril de 2008

PRÓLOGO

não há girassóis
nessa noite insana
que insiste em sangrar