segunda-feira, 21 de abril de 2008

DO AMOR I

pálidas tardes. cataloga uma a uma, com a paciência caduca de quem nada mais consegue fazer. as que adoeceram em silêncio, chama-as solidão. às que entristeceram, destino. de um instante para outro, entre pontos perdidos em meio ao rigor do poente, sabe menos acerca do homem que é. veste roupas feitas para durar e que ficarão ali, mesmo depois da sua morte, a testemunhar quem fora, guardando de si o cheiro e um amontoado de memórias, sem que haja alguém para sentir saudades.

Um comentário:

Anônimo disse...

pois que se sente saudades dum cheiro de terra ou de mofo como livros velhos, mas quando trazem memórias
e do vazio ninguém se lembrará posto que inócuo inerte e
sem vida.
o amontoado de roupas no chão
sobre as cinzas