por onde ficamos nesse tempo estreito perdido entre aquilo que somos e o que poderíamos ser? vejo nossa casa daqui do mundo que invento ela, tem as janelas num leve tom de azul como um dia sorrimos eu molho a grama do jardim tu estás a brincar com nosso filho e mais tarde sentaremos à mesa, os três. meu rosto envelhecerá primeiro que o teu, vê? não consegui te convencer por isso não temos um beagle, disso não gosto. as madrugadas minhas continuam mergulhadas em livros discos e poesia, reclamas. ainda contamos estrelas cadentes mas há meses não aparece um arco-íris. será que deus esqueceu de sonhar? amanhece, o sol no meu rosto avisa que a manhã será azulada mas eu queria mesmo é que tudo fosse real e eu não tivesse desistido de sonhar.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
da amargura III
não estavas. aliás, foi melhor não estares. por acaso lembrarias dos cacos de sonhos que um dia eu soube colar? não. há pressa demais na palma das tuas mãos, eis o destino que escolheste. é claro, eu também estou surpreso, jurei não voltar. mas vida gotejava diante dos meus olhos num fluxo desproporcional a precocidade da demência que me furta momentos de paz. estou inquieto. por isso, aqui. estou só. quisera você, conosco.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
do amor V
é tempo de recolher o que foi deixado para trás acreditando desesperadamente que a vida não cobrará o preço devido por termos sido absurdamente felizes e alimentados pela fome de tudo.
domingo, 4 de janeiro de 2009
do amor IV
acabamos sós. nenhum amor será suficiente pra nos livrar disso ou mesmo aliviar o peso o vazio a angústia que chega com o fim. acabaremos todos. acovardados. conformados. esperançosos. corpos espalhados por um deserto inominável, lugar onde não faz frio nem calor. chegaremos sem saber como e sem deixar pistas. sozinhos. em algum canto no qual ninguém nos achará. sós. receio que seja isso. nada além disso.
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